Fika
Café com um pedaço de bolo. Sabe de onde?
É claro que é o panetone... molhadinho, fofinho....
espero o ano todo pra poder me empanturrar de panetone! :)
Você, caro leitor, gostando ou não de café, deve ter reparado que o café está passando por uma revolução na última década:
No supermercado, o café em pó em saquinho passou a ser embalado a vácuo e nas prateleiras começaram a surgir novas marcas, cafés em grãos e de regiões como mogiana, cerrado, sul de Minas... Agora estampam "100% Arábica" com o maior orgulho... Antigamente bastava dizer que era o café que a mamãe prepara com todo o carinho.
Na rua, cafeterias pipocam e praticamente estão competindo em quantidade com petshops e pizzarias. Famosas redes de café, como o Fran's em São Paulo, estão se reformulando, renovando para poder competir com as milhares de novas opções que os consumidores têm: de Starbucks à cafeterias de cafés especiais.
Em casa, a moda é café em cápsula. Hoje em dia as máquinas de café sairam da cozinha e fora pra sala de estar... A Nespresso virou hit por sua praticidade e pelo design.
E, no ambiente social, certeza que você já deve ter ouvido as expressões "café gourmet" ou que o "café é como vinho".
Aliás, você precisa ter muito cuidado com a palavra gourmet. Gourmet não é categoria de supermercado. Gourmet é muito mais um movimento... Com o café, baristas escolhem o grão e o preparam na forma de resaltar as suas melhores propriedades. Coisa gourmet em supermercado é baboseira. Pode ser Premium, mas não gourmet.
Bom, assim como alguns jornalistas e escritores americanos apelidaram, estamos em uma "Terceira Onda do Café”, indo em direção à uma quarta onda, não se sabe ainda para onde exatamente, mas eu acho que é algo entre o cold brew e outras formas de extração.
Recentemente estou vendo alguns lançamentos de cold brew em agua de coco, ou até em kombucha (o que eu acho bem curioso porque café tem propriedades antibacterianas e o melhor do Kombucha são as…bacterias!).
E também devagarzinho estamos descobrindo um lugar fora do café Arabica ou Robusta (Canefora) como Geisha ou ainda coisas novas dentro da variedade Liberica.
O natal está chegando e, claro, as decorações de natal já comecam a pipocar por toda a cidade desde outubro. Com tantas luzinhas e piscas-piscas por aí, me fazem lembrar das 2374 arandelas no Paris 6 da Haddock Lobo em Sao Paulo.
Alguém tem algum update sobre como está esse restaurante temático nos dias atuais?
Infelizmente não consigo dar uma passadinha pra ver as luzes parisienses lá, mas curioso pra saber como anda o menu...
Sera que ainda existe o Macarrão à Dani Bolina? E a salada Danielle Winits? E as entradinhas com nomes de ex-bbs?
Por favor, foto do menu será muito apreciado e recompensado!
Se existe algo que me traz lembranças da infância é cheirinho de bolo de chocolate. Lá em casa, o famoso bolo da minha mãe era uma festa toda vez que estava no forno e outra festa quando estava na temperatura certa para poder pegar os pedaços sem se queimar, assim que saísse do forno.
Quando eu for pro Brasil na próxima vez vou ver com minha mãe e procurar a receita do bolo de chocolate. Mas, enquanto isso, e ando fazendo uma receita fácil de bolo, adaptda de uma receita da Nigella Lawson.
Ela é adaptada para ser um pouco mais saudável que a receita original, já que farinha branca, açúcar refinado, óleo de soja e margarina sao vilões hoje em dia.
Eis a receita do Bolo de Chocolate
Ingredientes
Massa:
- 400g de farinha integral
- 250g de açúcar mascavo
- 100g de açúcar de rapadura (ou pode usar o mascavo tb)
- 50g de cacau em pó (ou procure um chocolate em pó que tenha o mínimo de açúcar possível.)
- 2 colheres de sopa de fermento
- 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio
- ½ colher de sobremesa de sal
- 3 ovos (temperatura ambiente)
- 142ml de creme de leite (ou creme azedo/ sour cream)
- 1 colher de sopa de extrato de baunilha
- 175g de manteiga sem sal, temperatura ambiente
- 125ml de azeite de oliva (se extra-virgem, melhor!)
- 300ml de leite (ou leite de soja/amendoa/coco/aveia)
Cobertura:
- 175g de chocolate amargo (de novo, quanto menos açúcar, melhor. Eu usei 100% cacau, mas é porque tinha especialmente em casa)
- 200g de manteiga sem sal
- 1 lata de leite condensado
Modo de fazer
Pré-aqueça o forno a 180ºC.
Num recipente, misture a farinha, os açúcares, o chocolate, o fermento, o bicarbonato e o sal. Em outro recipiente, misture os ovos, o creme de leite e a baunilha.
Com uma batedeira, misture a manteiga e o azeite até que se misturem, em seguida adicioneo leite e os ingredientes secos. Misture devagar.
Adicione a mistura com ovo, e misture novamente. Coloque nas formas untadas previamente. Cozinhe os bolos por cerca de 50 minutos e deixe que esfriem em suas formas por 15 minutos antes de retirá-los. O tempo de cozimento depende muito da sua forma, do seu forno e da quantiadade de massa que você colocou. Portanto, fique de olho e use o famoso método científico de espetar um palito de dente ou garfo e ver se sai limpo para saber se o bolo já está assado.
Para fazer a cobertura, misture os ingredientes em uma panela e leve ao fogo em baixa temperatura e mexa até ficar grosso, a ponto de ver o fundo da panela ao mexer. (ponto de brigadeiro).
Empanada, crepe, bauru, taco, gyoza, wonton, pierogi, croque monsieur, coxinha, hamburger, ravioli… Cultura é um pedaço de carne envolvido em massa.
A dinâmica presente no DNA de Nova York se mostra presente também na cena de cafés especiais.
A cada ano que passa fica evidente a vocação de Nova York para, assim como Porltand, Seatle e São Francisco, ser um ponto de referência de cafés especiais.
Visitei e re-visitei nas últimas duas semanas aproximadamente 30 cafés especiais em Nova York além de lugares onde o nova-iorquino consome boa parte da bebida como Mc Donalds, Dunkin Donuts e, claro, Starbucks.
Gorjetas
Uma coisa que me chamou atenção esse ano foi a gorjeta. Culturalmente, as gorjetas variam de 10 a 15% do valor do pedido. Quase todos os cafés de NY hoje usam um iPad como POS ou ponto de venda (a nova geração da tela da caixa registradora) e simplesmente giram a tela para o consumidor colocar o quanto gostaria de dar de gorjeta.
É fato que muita gente nos EUA vive com o dinheiro dessas gorjetas, que é muitas vezes maior que o valor do salário. Mas aqueles 10 ou 15% tradicionais estão virando coisa do passado. Alguns lugares sugerem no iPad $3 de gorjeta para um café que custou $3.50. Aparentemente $2 está virando um padrão na indústria para um café com valor um pouco maior que isso, o que representa quase 50% do valor. Isso é um ponto que merece atenção especial tanto para quem consome tanto para quem vende. Um pouco demais, acho.
Abaixo, selecionei meus lugares preferidos para tomar café com base no meu pedido padrão: 1 café com leite (ou leite de soja) e 1 café filtrado, preto.
Blue Bottle Coffee
450 West 15th street - Chelsea
Um café minúsculo, quase sem lugar para se sentar e feito para pedidos para viagem. Apesar do tamanho pequeno, Blue Bottle fez, pelo segundo ano, meu melhor Latte que tomei em Nova York. É um exemplo de como o blend de baristas competentes, escolha de grãos e capacidade técnica consegue se impor mesmo sem todo o charme de cafés com sofás e decoração que se encontra por ai.
Intelligentsia (High Line)
180 West 10th street - Chelsea
É um café escondido, no saguão do centenário High Line Hotel. Esse foi o lugar escolhido para ser a primeira filial do competente café criado em Chicago. Apesar dos lattes deliciosos e de um brownie de manteiga de amendoim para comer ajoelhado, o café filtrado na Kalita, com grãos encontrados em uma fazenda de Ruanda ( Nshimiyimana Gaspard's Farm) vale por si só a viagem de quase 10 horas para a terra do tio Sam.
Stumptown
30 West 8th street - Greenwich Village
Talvez seja o café mais lindo de Nova York. Com um estilo art deco, globos de luz, mármore verde e detalhes em madeira, Stumptown é o melhor lugar para ter uma boa conversa, trabalhar no seu computador e beber um café delicioso, seja espresso ou filtrado (existe um bar só para os filtrados). Recomendo o grão bourbon da Guatemala (Finca El Injerto) feito na v60. Deu vontade de beber uns 2 litros de uma vez.
Intelligentsia (Herald Square)
1333 Broadway
Esse Intelligentsia fica anexo à Urban Outfitters, perto do Empire State Building e da Macy’s o que mantém o café lotado. Lindo, moderno, com algumas opções de filtrados feitos em uma engenhoca automática de controle de agua para V60 (nunca tinha visto) e pouca seleção de comidinhas no balcão. Apesar do ambiente compre-tome-saia, o café vale pela parada se voce achar espaço para sentar.
Culture 36
247 W 36th Street
Com staff simpático, esse café serve o que você procura: café. Com nada ou quase nada de comidinhas, o layout do Culture coffee é feito para pegar aquele café para viagem ou parar por um tempo na enorme mesa comunitária para tomar seu café. O café filtrado já pronto estava delicioso, assim como o sou latte preparado por um barista que adora conversar e vender os pacotinhos de grãos da prateleira ao lado.
Pushcart
401 W 25th Street
Localizado em Chelsea, esse é um café movimentado. Muita gente que trabalha ao lado fazendo reuniões e trabalhando nas mesas. O café com leite de soja estava perfeito e sem aquele gosto de baunilha que você encontra em alguns lugares. Já o café feito na aeropress, que era meu segundo pedido, foi recusado pela barista porque ela estava 'muito ocupada' e perguntou se eu queria um outro café. Isso era por volta das 11.30, fora do horário de rush. Talvez o café estava sem algum staff nesse dia, já que pedir os cafés filtrados disponíveis no menu parecia inviável.
Toby's State (West Village)
44 Charles Street
Toby's é um café originalmente australiano, do bairro de Wooloomoolloo. Foi um dos pioneiros aqui em Sydney a investir em café de qualidade, porém hoje, com novos concorrentes, ele deixou de ser relevante. Aproveitando a reputação dos cafés australianos pelo mundo, abriu uma filial em Nova York onde faz bastante sucesso, com um ambiente rústico é um café bem bom, onde se pode tomar o Flat White, famosa invenção australiana.
Joe's
405 W 23rd Street
Joe's é uma rede de cafés especiais que está se multiplicando por Nova York. Apesar de cada Joe ter uma característica diferente, alguns conseguem extrapolar sua expectativa. Foi o caso do Joe’s de Chelsea, da 23av, onde duas baristas revezavam entre as máquinas e fizeram um dos melhores lattes daquela semana. As opções de comida variavam de varinhas de cereais caseiras a pedaços de bolo que pareciam bem saborosos.
Third Rail Coffee
240 Sullivan Street
Talvez eu tenha tido um azar tremendo quando estava lá, mas o staff não estava muito amigável. O café filtrado servido no dia era o peruano Tupac Amaru, bom mas não tão memorável. O que valeu a visita foi o café etíope Guji, feito na Chemex. O café é bem pequeno com apenas 6 minúsculas mesas no lado de dentro.
Esses são os cafés pequenos, pontuais, que estão por Nova York. E, se você é como eu que precisa tomar um café para poder fazer qualquer coisa em qualquer lugar, a lista continua com os cafés de grandes redes e, claro, de pontos turísticos.
Starbucks
Starbucks é polêmico para quem gosta de café especial. Não é pra menos… É muito chantilly, leite, xarope e açúcar para um copo só. Além da torra escuríssima dos grãos (que na verdade ajuda na padronização de sabor em todas as lojas ao redor do mundo), o que dificulta encontrar características sensoriais de cada variedade. Mas se você souber escolher bem, você sairá contente de um Starbucks.
Visitei a loja para conhecer o novo “Flat White”, inspirado no famoso “Flat White” aqui da Australia e Nova Zelândia. E não é nada parecido. Muita espuma e muito leite.
O que o Starbucks faz de melhor (além dos milkshakes com gosto de café), talvez, seja a Clover Machine, uma máquina de fazer café filtrado que controla com precisão as variáveis para um resultado saboroso. E com boas opções de grãos para escolher, as vezes até com micro-lotes ou cafés raros, como o Geisha.
Na semana em que estive lá, tomei um delicioso Konga da Etiópia e um bom West Java. Procure sempre por Starbucks Reserve no menu.
McDonalds
Café filtrado do McDonalds. Muito melhor que o café já filtrado do Starbucks, mas longe de ser comparado a um café especial. Mas vale o US$1.
Metropolitan
Talvez ganhe a medalha de o pior café do mundo. Tentei, tentei e tentei beber o café filtrado do Metropolitan, mas não consegui dar 3 goles no caríssimo café. Raras vezes lembro de ter jogado um copo cheio de café no lixo.
Cias Aéreas
Viajei pela American Airlines e Qantas. E, por sorte, a Qantas faz um dos melhores cafés servidos em voos que já provei. São feitos por charmosíssimas French Press da marca dinamarquesa Bodum. E é bebível!
Já o café da American Airlines…
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